ATA DA PRIMEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 05-01-2011.

 

Aos cinco dias do mês de janeiro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, DJ Cassiá, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Toni Proença, titulares, e Nelcir Tessaro, não titular. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Maria Celeste e Mario Manfro, titulares, e o vereador Luiz Braz, não titulares. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício nº 1197/10, do senhor Prefeito; Comunicados nos 167236, 191933, 191934, 191935, 191937, 191938, 191939, 191940, 191941, 191942, 191943, 191944, 191945, 191947, 191949, 191950, 191952, 191954, 191984, 191985, 191986, 191989, 191990, 191993, 191994, 191996, 191997, 191998, 192001, 102006, 102007, 192012, 192013, 192014, 192016, 192018, 192019, 192021, 192022, 192023, 192024, 192026, 192028 e 192030/10, do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovada a manutenção, durante o ano de dois mil e onze, de acordo aprovado no ano de dois mil e dez, para redução do tempo de pronunciamento dos senhores vereadores no período de Comunicações, de dez para cinco minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol, Airto Ferronato, Toni Proença, Mario Manfro, Maria Celeste e Nelcir Tessaro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol, Airto Ferronato, Toni Proença, Adeli Sell, este pela oposição e pela Bancada do PT, Nelcir Tessaro e João Antonio Dib. Durante seu pronunciamento, o vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando providências no referente aos serviços de telefonia celular a que tem acesso os senhores vereadores, tendo o senhor Presidente determinado que esse Requerimento fosse apresentado por escrito. Às onze horas e vinte e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença, Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Nós temos um acordo no qual o período de Comunicações, que era de dez minutos, passou para cinco minutos. Consulto os Senhores Vereadores se manteremos esse acordo? (Pausa.) Está mantido o acordo.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Minhas saudações a todos e a todas; é um prazer estar aqui nesta Comissão Representativa! A pergunta que eu me faço, e acho que as pessoas de Porto Alegre se fazem: o que é ser Governo? Porque se o gestor público tivesse a clara convicção do que é ser Governo ele seria mais ousado, ele seria mais determinado, ele teria maior respeito pelo cidadão. Hoje, andar nas ruas da Cidade, tropeçando em calçadas quebradas é uma ausência de Governo. É o que a gente vive hoje: uma ausência de Secretário, uma ausência de gestão.

É impossível caminhar na Praça da Matriz com aquela fedentina insuportável! Agora a Praça ficou mais bonita, pois tiraram aquele cercado que impedia a cidadania de chegar ao Palácio Piratini, mas a fedentina continua. E não é diferente com a Praça Berta Starosta, no bairro Rio Branco; pelo contrário, é pior. Eu poderia citar muitas e muitas praças, Ver. Mauro Pinheiro, inclusive da sua região, da Zona Norte de Porto Alegre, que estão tomadas pelo matagal; é ausência do Secretário, é incompetência administrativa, e não importa quem esteja no Governo. Parece que a nossa colega, hoje Prefeita em exercício, está fazendo um voo pela Cidade, ela vai verificar muitas coisas nas praças de Porto Alegre. Se ela puder voar um pouco baixo, e quem sabe aterrissar numa praça, vai ver todos os brinquedos quebrados, absolutamente tudo vandalizado; esta Cidade está vandalizada.

Onde está a nossa Guarda Municipal, que faz rondas noturnas, circulando pelos postos de saúde e pelas escolas da Cidade? Ela poderia fazer ações combinadas com a Brigada Militar. Vou procurar o comandante da Brigada Militar para fazer um conveniamento entre Brigada e a Guarda Municipal de Porto Alegre para enfrentarem esse vandalismo, para coibirem as pichações, para coibirem a depredação dos terminais de ônibus. É só verificarmos a situação das paradas de ônibus: está tudo quebrado, Ver. João Antonio Dib; tudo detonado! Que Cidade é esta que quer receber a Copa do Mundo, mas que não tem esses cuidados?!

Eu comecei, nos últimos sete dias, a fazer um estudo minucioso do Código de Limpeza Urbana, Ver. Toni Proença. É um código atrasado, ultrapassado, com multas pífias, que não adiantam absolutamente nada. Nós temos que mudar a legislação, radicalizá-la, e que a Procuradoria-Geral do Município faça o dever de casa, não como faz hoje, agindo ilegalmente ao pagar a OAB para os Procuradores do Município. Ora, senhoras e senhores, quem tem que pagar a OAB, quem tem que pagar o Conselho de Arquitetura, de Engenharia, os seus conselhos, é o cidadão, não é a Municipalidade! Chovem e-mails na nossa caixa eletrônica sobre isso, e eu tenho respondido a todos: é ilegal. É ilegal! Não é correto esse penduricalho, e não é o Poder Público que tem que pagar OAB ou conselho de quem quer que seja, Ver. João Antonio Dib, que é engenheiro e funcionário municipal aposentado. Isto está errado! E nós queremos essa correção. Estou falando aqui de público, e espero que o Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, entre em contato com a Prefeitura e com o nosso Procurador-Geral do Município, para colocar a ilegalidade desse ato. E se não for feita alguma coisa, vamos buscar isso na Justiça.

Tenho dois processos que foram unificados agora no Ministério Público, Ver. Nelcir Tessaro, sobre duas cartilhas que foram produzidas na SMAM; as duas com centenas de erros. Uma, na Gestão Beto Moesch, e outra, na Gestão do Professor Garcia. Vão ter que pagar do bolso deles a publicação, porque ela é eivada de erros. Erros que não poderiam ter acontecido, mas que aconteceram. Portanto, é pura pirotecnia e nada de bom para a Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Eu seria o próximo inscrito no período de Comunicações. Desisto. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há bastante tempo, em um quadrinho pendurado numa parede, já bem apagado, li uma frase que me causou profunda impressão: “O maior perigo da atualidade é o cansaço dos bons”.

Não é que eu seja tão bom, nem que eu seja bom, mas eu estou perdendo aquilo que sempre tive em relação ao País, à Cidade, ao Estado, que é o otimismo de que amanhã seria melhor do que hoje.

Quando vejo que se instalam governos que não procuram governar, mas, sim, dividir os cargos, brigar pelos cargos, aí eu fico profundamente entristecido. Eu não vejo razão, no meu otimismo, para que as coisas possam melhorar.

Eu já exerci a vida pública nos mais diferentes cargos da Prefeitura Municipal: fui duas vezes Diretor do DMAE, duas vezes Secretário de Transportes, Secretário de Obras, Secretário do Governo, duas vezes Assessor-Engenheiro, Prefeito. Eu sempre tive como menor preocupação os cargos. Desde a primeira vez que fui Secretário, eu entendi que se alguém estava ocupando uma função, e era servidor municipal, ele deveria permanecer lá, e eu não aceitei a colocação do seu cargo à disposição; sempre mantive todos os que estavam trabalhando no seu local de trabalho. Quando fui Prefeito, também a maior parte dos meus Secretários foram servidores municipais. O que vejo agora? Briga, briga por cargos! Não vi briga por serviço, não vi briga para servir; querem cargos, cargos e mais cargos! Os Partidos perderam a ideologia, os Partidos perderam a seriedade, não existem mais Partidos! Temos 513 Deputados brigando para saber quem vão eleger Presidente da Câmara, isso depois de já terem acertado; agora estão brigando de novo. Se nós tivéssemos a mesma proporção que os Estados Unidos, nós teríamos 234. Os Estados Unidos têm 50 Estados, 435 Deputados; lá são dois Senadores por Estado; aqui são três. Nós temos que diminuir o número de Vereadores; quando esta Câmara tinha 21 Vereadores - e eu estava aqui -, ela funcionava com mais facilidade do que agora. Nós temos que diminuir o número de Secretarias nos Municípios, nós temos que diminuir o número de Secretarias de Estado, o número de Ministérios. Os Estados Unidos têm oito Ministérios; o Brasil tem 37. Será que nós temos mais dinheiro do que eles? Será que nós temos mais população do que eles? Será que nós temos mais cultura do que eles? É claro que não temos! Mas temos mais Deputados, ah, isso temos! Nós temos mais Senadores, proporcionalmente, isso temos! Nós temos mais Vereadores do que eles; temos. Eu só não mexeria nas Assembleias Legislativas. Nós temos uma Assembleia Legislativa com 55 Deputados - ela já teve 56 - para cuidar de 280 mil quilômetros quadrados, e temos 36 Vereadores para cuidar de 500 quilômetros quadrados; e vamos ter 37!

O nobre Ver. Adeli Sell, que é um estudioso dos problemas da Cidade, reclama contra os desmandos que ocorrem em matéria de limpeza pública. Eu dou razão a ele, mas posso garantir que o Diretor do Departamento de Limpeza Urbana não saiu distribuindo lixo por aí, que o Prefeito não distribuiu lixo em lugar nenhum, o Ver. Adeli Sell também não distribuiu lixo em lugar nenhum. Mas, por tantas Secretarias que há, não se sabe quem manda; não há aquela procura de conscientização de que a população é responsável pela Cidade. Não é só o Executivo e o Legislativo, nós até podemos orientar, mas não podemos limpar a Cidade; agora, nós também não sujamos a Cidade. Sai uma orientação do Departamento de Limpeza Urbana: “Não se coloca lixo nos domingos nas ruas da Cidade” - e dizem quais as ruas -, mas podem passar por elas e todas elas têm lixo colocado, mesmo que se saiba que não vai haver coleta.

Então, nós precisamos de conscientização, mas a conscientização se dará quando o Poder Público for respeitado, e da forma que estamos levando, só com busca de cargos, com corrupção e com denúncias, podem ter certeza de que a população não vai se conscientizar de que é preciso ter responsabilidade sobre a sua cidade. Quem não tem responsabilidade sobre a cidade não tem sobre o Estado, não tem sobre o País. Começa pela responsabilidade...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá, quero cumprimentá-lo, cumprimentar os demais Vereadores e, aproveitando este momento, a Reunião da Comissão Representativa, cumprimento o Ver. Nelcir Tessaro; quero dizer que foi um privilégio, durante o ano de 2010, ter sido o 2º Vice-Presidente da Casa, trabalhar junto com V. Exª por um ano, representando os demais Vereadores. Foi uma experiência muito boa, sou muito grato por ter trabalhado com V. Exª durante o ano de 2010, em que pude adquirir um pouco mais de experiência, Ver. Reginaldo Pujol, somá-la ao meu currículo, e, como Vereador de primeiro mandato, tive o privilégio de participar da Mesa como 2º Vice-Presidente, junto com o Ver. Nelcir Tessaro, nosso Presidente, que conduziu muito bem a Casa.

Também quero aproveitar este momento para agradecer aos Vereadores do Partido dos Trabalhadores, da minha Bancada, por ter sido escolhido para que no ano de 2011 eu tenha mais uma experiência ao ser Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Para este Vereador é uma grande honra ser o Líder da maior Bancada desta Casa, uma Bancada como a do Partido dos Trabalhadores, por toda a sua história e trajetória, Ver. Adeli Sell; é uma honra, no meu primeiro mandato, ter sido escolhido pelos Vereadores do Partido dos Trabalhadores como Líder da Bancada. Sei que é um grande desafio, Ver. DJ Cassiá, mas vou trabalhar com muita vontade e com muito esmero para fazer um bom trabalho.

Aproveito esta Comissão Representativa para falar do momento histórico pelo qual está passando o nosso País e o nosso Partido dos Trabalhadores, Ver. Reginaldo Pujol. Depois de oito anos, após o Governo do nosso companheiro Olívio Dutra ter se encerrado, no ano de 2002, o PT reassume o Governo do Estado com o Governador Tarso Genro, numa vitória em 1º turno, em conjunto com outros Partidos. Isso para nós é uma grande honra, porque, pela primeira vez na história do nosso País e do Partido dos Trabalhadores, nós assumimos a Presidência da República, com a companheira Dilma Rousseff, que vai dar continuidade ao grande Governo do nosso ilustríssimo Presidente, que sempre foi o nosso Presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Dilma assumiu a Presidência da República, e o Tarso Genro assumiu o Governo do Estado; o Partido assume, então, pela primeira vez, o Governo do Estado e a Presidência da República. E, mais ainda, no dia de hoje, a Verª Sofia Cavedon, Presidente desta Casa, assume, por dez dias, a Prefeitura. Então, pela primeira vez na história do nosso País, o nosso Partido, o PT - Ver. Adeli Sell, o senhor que é o Presidente do Partido -, tem hoje, na Prefeitura, a nossa Sofia Cavedon; no Governo do Estado, o Tarso Genro; e, na Presidência da República, a Dilma Rousseff. O PT está no Executivo dos três Poderes. Isso para nós é muito gratificante, porque mostra toda uma trajetória do Partido dos Trabalhadores, que vem trabalhando e lutando pela nossa sociedade e recebendo o reconhecimento dela. Para nós, que fazemos parte do Partido dos Trabalhadores, é muito gratificante saber que temos essas lideranças governando neste período, apesar de curto, mas, quem sabe, Ver. Adeli Sell, em 2012, possamos retomar a Prefeitura de Porto Alegre e tornar isso realidade, não só por um período de dez dias, mas que o PT possa ser eleito para voltar à Prefeitura de Porto Alegre.

Também quero dizer que para nós é uma grande satisfação que isso possa também acontecer, Ver. Adeli Sell, na Câmara Federal: hoje nós temos o Deputado Marco Maia como Presidente da Câmara Federal, e ele pode e deve continuar sendo Presidente da Câmara a partir de fevereiro. O Deputado Adão Villaverde vai ser o Presidente da Assembleia Legislativa, e a Verª Sofia Cavedon é Presidente da Câmara Municipal...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com satisfação verifico que a Casa começa hoje, neste novo período da Comissão Representativa, com alto astral, com bom humor; nem o ceticismo do Ver. João Dib é de tal ordem que não transmita um bom humor. O entusiasmo com que o Partido dos Trabalhadores festeja a sua presença em todos os postos de mando neste País, no dia de hoje, se confunde, inclusive, com o que eu li, no dia 31, na manchete do jornal Correio do Povo: “O poder muda de dono”. O Correio do Povo foi correto, a cultura brasileira diz o seguinte: quem está no Poder é o dono do poder; é o dono do País, é o dono do Estado. Hoje o PT se sente dono absoluto de tudo o que tem neste País. Hoje, literalmente, a nossa Prefeita voa - literalmente, voa -, está olhando Porto Alegre de cima! Certamente ela vai ver a Porto Alegre real. Acho que a nossa Prefeita e o PT precisavam sobrevoar o País inteiro para ver que o Brasil não é essa maravilha que eles dizem. Parece que nós estamos naquela situação de um time que tomou uma goleada de três, mas que, pelas regras do campeonato, vira campeão. Então, festeja, e transforma a derrota em uma grande vitória. Eu não vejo nenhum motivo para toda essa badalação em torno do sucesso do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, que deixa o País em situações que não merecem o menor festejo. Ora, estamos festejando, Ver. Luiz Braz - saúdo a sua presença aqui na Casa -, que temos 15% de analfabetos funcionais. Isso equivale a 15% da Nação, quase 30 milhões de analfabetos! Então, cara pálida, vamos festejar o quê?

A confusão é tão grande, que o Ver. Adeli Sell, meu querido amigo, Presidente do PT, assumiu a tribuna agora e não se apercebeu de que o PT está mandando em tudo, e “abriu a metralhadora” contra Deus e todos. É, Ver. Ferronato, o senhor está meio boquiaberto, mas é verdade! O PT manda em tudo, e o seu Partido está com uma “boquinha” no Governo Federal, no Governo Estadual; está ali!

Aliás, “boquinha” é o que não falta neste País. Todos, com exceção do Ver. Braz, estão beliscando alguma coisa. Até o Ver. Dib, na sua impoluta figura, tem representante do seu Partido no Ministério. Brigaram para ter Ministro do seu Partido no Governo do PT, o Mário Negromonte, Ministro das Cidades; espero que seja um grande Ministro!

Ora, o que vai dizer o Ver. Pujol, que é de um Partido que até de nome mudou? Foi um erro histórico impressionante, pelo qual não vou perdoar os meus dirigentes partidários; deixaram a sigla sobre a qual nos estruturamos num momento histórico para este País, nos idos de 1984, 1985, quando ocorreu um fator decisivo para a redemocratização deste País.

 

(Toque da campainha sinalizando finalização do tempo.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, eu quero um tratamento condizente com a minha idade. O Ver. Dib teve um enorme tempo, e eu quero ter um tempo parecido; V. Exª vai ser tolerante comigo, pela minha idade, vai me respeitar pela minha idade. Inteligência V. Exª tem de sobra; eu é que tenho em falta.

Neste País, os inteligentes se acomodam, ficam se acertando no Governo aqui e acolá; uns, não inteligentes, vão morrer na oposição. Eu acredito que seja uma prova da minha falta de inteligência, tendo sido de um Partido que era acusado de ser governo desde as naus capitânias de Pedro Álvares Cabral. Estou há 20 anos fora do Governo, e tudo me leva a crer que me encaminho para mais tempo. Eu fico estarrecido em ver que as pessoas que são governo hoje, ou que foram do governo ontem, venham à tribuna dizer que...

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Vereador, seu tempo acabou. O senhor gostaria de usar o Tempo de Liderança também?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Se é a forma de V. Exª me deixar na tribuna, eu uso, porque eu quero continuar na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Reginaldo Pujol continua com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Ver. Manfro, V. Exª, que continua como Vice-Presidente da Casa, já está entrando no continuísmo. Já está entrando no continuísmo, e eu acho que tenho que dar um jeito de entrar nesse trem! Eu vejo que as pessoas vêm e descambam o pau contra Deus e o mundo: “Está tudo errado na Cidade!” Está tudo errado até ontem, porque era o Fortunati que estava de Prefeito. Hoje, a coisa já mudou, já está sendo olhada de cima, inclusive.

Gente, o PT ficou 16 anos na Prefeitura desta Cidade! Passaram-se sete, não passou nem a metade. O rombo que ele deixou precisa do dobro de tempo. Precisa-se de 28 anos para corrigir o rombo. O Fogaça, o coitado, ficou cinco anos na Prefeitura, e três anos ele ficou corrigindo os erros passados, consertando as finanças, recuperando o crédito, e olha que o Fogaça não foi nenhum gênio de Prefeito - Prefeito do PPS, depois do PMDB -; não foi nenhum gênio! Mas, demos crédito a ele, consertou as finanças desta Cidade, nós não tínhamos mais crédito nenhum. O Ver. Airto Ferronato havia preparado um grande Projeto, e o financiamento não podia vir, porque o Município estava inadimplente; era o Projeto que saneou aquela área. V. Exª reconhece que tinha feito o Projeto e que não conseguiu o financiamento. Por quê? Porque o Município estava inadimplente, e, com isso, não havia condições de chegar nenhum empréstimo.

Agora, Presidente e Vereadores, nós vamos, serenamente, discutir esta nossa Cidade, este nosso Estado e este nosso País.

O que eu não posso, Sr. Presidente, é ver a incoerência ser estabelecida de forma tão ampla. Em tudo a gente vê discursos altamente diferenciados. O PT, na Assembleia, chegou ao ponto de afirmar que o aumento dos Deputados era exagerado, que teria de ser menor. Ao mesmo tempo, o seu Governo está convocando a Assembleia para promover aumentos a Cargos Comissionados de mais de 200%. Está errado o Governador? Eu acho que não. Acho que, se está desajustado, tem que acertar. Agora, o que não pode é ter um olho para um tipo de realidade e outro olho para outro tipo de realidade. Tem que ser linear, nós temos que ver as coisas como são, meu caro Presidente Nelcir Tessaro, V. Exª, que há pouco deixou a presidência. O fato de V. Exª estar sentado aí no plenário junto aos mortais não mudará a opinião que V. Exª tinha quando estava aqui comandando, tem que ser a mesma. A posição não pode mudar em função do cargo que ocupamos. Tendem as circunstâncias, às vezes, a serem amigas, ou não, do Poder.

Então, falo com autoridade, não nasci para ser bajulador, baba-ovo, andar atrás dos governos; não é esse o meu histórico político. Quando os meus parceiros eram governo, eu era tido como rebelde, mas me sinto à vontade para dizer, hoje, que não sou governo na União, no Estado e no Município. A realidade brasileira não é esse mundo cor-de-rosa que a propaganda oficial nos passa. Essa não é a verdade dos fatos, e, como o Dr. Dib gosta de citar o Simers, “a verdade faz bem para saúde”, e a verdade faz bem, inclusive, para a vida pública. Vamos cair na realidade: a Presidenta Dilma, inclusive, já começa a corrigir algumas coisinhas que ela herdou desse que “nunca antes na história deste País” tinha feito tanta tropelia. Hoje está lá gozando das delícias do mar, irregularmente instalado em um quartel, em uma propriedade do Exército brasileiro, mas, para o Lula, tudo é possível. Afinal, ele é o grande guia, ele é o suprassumo dos sumos, e, evidentemente, para ele, tudo é possível. É possível, inclusive, essa quantidade imensa de homenagens, que eu, honestamente, quero dizer no dia de hoje, contrariando...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, DJ Cassiá; saúde, paz e parabéns pelo comando da Casa neste período. Eu quero registrar que andei recebendo - e ainda não li todos - uma gama bastante grande de e-mails, centenas deles - e acredito que muitos de vocês também os receberam -, de funcionários públicos da Prefeitura de Porto Alegre, numa manifestação que me parece bastante apropriada - se isso for a verdade, pois se repete nos e-mails com insistência.

A Prefeitura de Porto Alegre, meu caro Ver. João Dib, pagou - ou vai pagar, não entendi bem ainda - a contribuição dos advogados da PGM à OAB. Vou repetir: a Prefeitura pretende, ou vai pagar, ou já pagou, a contribuição anual para a OAB dos advogados, dos procuradores da PGM.

Ora, eu tenho 35 anos de serviço público. Trabalhei na Contadoria-Geral da União, trabalhei na Contadoria-Geral do Estado, trabalhei na Fiscalização Federal, trabalhei na Fiscalização Estadual e sempre fui obrigado a recolher a contribuição do Conselho Regional de Contabilidade - CRC; sempre recolhemos. Eu não posso compreender o motivo, caro Ver. Dib, de a Prefeitura pagar a contribuição da OAB aos servidores da Procuradoria-Geral do Município.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu também recebi reclamação de grande parte da população com relação a esse pagamento e reivindicando que deveriam pagar também a taxa do CREA e outras contribuições. A Procuradoria-Geral me deu uma informação, e, no entanto, confesso a V. Exª que, mesmo que seja legal, não é moral. Quem ganha um salário bastante elevado deveria pagar a sua contribuição da OAB.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Obrigado pela sua manifestação. E digo que ou se paga para todos, ou não se paga para ninguém. Essa é a minha posição, e não pode existir nenhum argumento de legalidade nesse tipo de questão, porque, no mesmo argumento de legalidade que se traz para uma categoria de nível superior, necessariamente se traria, por exemplo - para não falar dos contadores -, aos engenheiros que atuam na cidade de Porto Alegre e que prestam serviço de altíssima relevância; os engenheiros, arquitetos e outros.

Nós vamos propor um movimento para que a Prefeitura pague, também, aos demais servidores que são obrigados a recolher essas contribuições, que a Prefeitura Municipal siga a mesma direção, pagando a eles também essas contribuições.

Esse é o movimento que fazem os nossos servidores, Ver. Manfro, das diferentes atividades nas diferentes Secretarias do Município de Porto Alegre. Ora, se de um lado o advogado precisa pagar a OAB para advogar para o Município, por outro lado, o dentista também precisa pagar a sua contribuição para atuar, assim como o médico, o contador, o engenheiro. E nós não podemos conceder uma benesse apenas a uma categoria, meu caro Presidente, Ver. DJ Cassiá. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TONI PROENÇA: Ver. DJ Cassiá, que presidirá a Casa nos próximos 10 ou 11 dias, quero saudar V. Exª e desejar-lhe uma boa gestão. Quero dizer que é simbólica esta sua assunção à presidência da Casa, porque traz consigo a cultura popular, a raiz da cultura da periferia da Cidade. Então, acho que toda essa rapaziada “que só quer ser feliz e andar tranquilamente na favela onde nasceu” está de parabéns, deve estar vibrando com a sua chegada à presidência da Casa. Parabéns, tenha uma boa gestão! E agradeço por ter-nos delegado algumas tarefas como Secretário da Mesa, enquanto a nossa Presidente, Verª Sofia Cavedon, exerce as funções de Prefeita.

Eu queria, Ver. João Antonio Dib, trazer um tema sobre o qual eu sinceramente não tenho uma opinião completamente formada, mas é preciso que se divulgue bem isso, porque parece que é uma boa ousadia, uma atualização e uma vanguarda na legislação, que é a criação, pelo Governo Federal, do microimportador individual. O que é isso? É o sacoleiro. Temos a notícia que a Receita Federal vai regularizar a atividade dos sacoleiros, que poderão, a partir de agora, importar produtos do Paraguai, do Uruguai, da Bolívia, conforme a fronteira mais próxima, com a exceção de brinquedos, remédios e cigarros, se não me engano, com uma taxa de 25% de importação, legalizando, portanto, esses produtos que trazem de fora do Brasil e, além de tudo, pagarão o ICM correspondente do seu Estado, do Estado onde forem revender, dando com isso dignidade, segundo a estimativa da Receita, a 600 mil brasileiros e brasileiras que vivem dessa atividade e que hoje vivem na clandestinidade. Isso, há muitos anos, é realidade. Eu sempre aprendi que, quando uma lei, uma norma, uma resolução, uma portaria, um decreto, traz para dentro da norma legal a realidade já instituída no País como ilegal, ela é uma lei ousada, de vanguarda e atual. Acho que temos que debater mais sobre isso, mas tenho a impressão de que isso dá uma nova dimensão para todo esse pessoal. Se nós estimarmos para cada uma dessas 600 mil pessoas quatro pessoas em sua família, nós estamos tratando aí de 2 milhões e 400 mil pessoas que, a partir de agora, passam a se formalizar no mercado; isso é fundamental.

Quero aproveitar também para tratar de outro assunto. Ontem, recebemos aqui a visita do Secretário da Governança, Cézar Busatto, que veio informar e convocar esta Casa para participar de um grupo de trabalho que vai executar o 5º Congresso da Cidade. A Prefeitura retoma os Congressos da Cidade - havia parado há dois anos -, e o Secretário Cézar Busatto, a pedido do Prefeito, veio propor a parceria da Câmara de Vereadores, não só no Congresso, mas em um grupo que vai começar a pensar a execução do Congresso. Nesse grupo estariam o Executivo, o Legislativo - com a Câmara de Vereadores -, o Conselho do Orçamento Participativo, e representantes da sociedade organizada. É uma boa medida, e acho que a Câmara deve se debruçar sobre o tema, deve dar a sua participação, e a retomada do 5º Congresso da Cidade pode balizar e indicar o que a sociedade porto-alegrense espera não só do Executivo, mas também do Legislativo, e de seu próprio futuro. Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO MANFRO: Ver. DJ Cassiá, nosso Presidente da Casa, quero aproveitar a oportunidade também para saudá-lo, para parabenizá-lo, e parabenizar toda a nova Mesa Diretora, da qual faço parte; nós continuamos juntos. Quero aproveitar a oportunidade para me colocar inteiramente à disposição da atual Mesa.

A exemplo de outros Vereadores, também tenho recebido diversos e-mails tratando do assunto que diz respeito ao pagamento da contribuição da OAB aos Procuradores. E também acho que há aí uma discriminação: ou esse pagamento é feito a todas as categorias, ou que não se faça esse pagamento a ninguém.

Eu, particularmente, acho que o funcionalismo público, o profissional não necessita de que se faça esse pagamento. Eu discordo um pouquinho do meu colega, o Ver. Airto Ferronato, quando ele diz que todas as categorias deveriam receber essa benesse. Acho que não, acho que isso é uma contribuição individual de cada um, é óbvio. Acho que o dentista deve pagar a sua ABO; o engenheiro, o CREA; o advogado, a OAB, e não há necessidade de o Município fazer esse pagamento.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, quero dizer a V. Exª que tão logo recebi uma série de e-mails, eu fiz um contato com a Procuradoria-Geral do Município. Está nas minhas mãos aqui a alegação da Procuradoria para o pagamento dessa anuidade. Eu tenho dúvidas; de qualquer forma, fica à disposição toda a documentação fornecida pela Procuradoria.

 

O SR. MARIO MANFRO: Obrigado pelo esclarecimento. Mesmo assim, eu acho que, às vezes, as coisas são legais, mas não são morais. Acho que, se uma categoria apenas for beneficiada, sem dúvida nenhuma não há uma justificativa.

Também eu quero, rapidamente, me manifestar a respeito do que o Ver. Toni Proença colocou aqui sobre os sacoleiros. Acho também, Vereador, bastante importante que a gente estude o tema, porque muitas coisas existem no Brasil, mas não são regulamentadas. Eu aproveito o gancho para falar, por exemplo, do jogo do bicho. O jogo do bicho é uma coisa que em qualquer boteco, em qualquer lancheria qualquer cidadão pode fazer; até dentro da Câmara, como disse o Ver. João Antonio Dib, mas é ilegal.

Então, são contrassensos com os quais nós temos de terminar; o próprio jogo do bingo, que agora não foi aprovado no Congresso. Eu acho que, se for regulamentado, nós terminamos com qualquer chance de corrupção, com qualquer chance de pagamentos que não deveriam ser feitos, inclusive. Acho que tudo que for regulamentado é soma, faz o País crescer e gera impostos, o que é o mais importante.

Era essa a minha manifestação, Presidente, desejando que nestes 10, 11 dias, o senhor tenha uma gestão plena de êxito, representando a periferia da nossa Cidade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, fico muito feliz, tenho um orgulho muito grande em vê-lo presidindo esta Casa, sei da sua luta na periferia da Cidade, pelas comunidades, especialmente com a nossa juventude, portanto, fico muito orgulhosa em vê-lo ocupar essa cadeira aí. E também fico muito feliz e muito orgulhosa em ver a nossa Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Sofia Cavedon, assumindo como Prefeita da nossa Cidade.

O Brasil vive uma época e um tempo especialíssimo. Primeiro, porque nós estamos tendo a oportunidade, pela primeira vez na história, de ter um mulher como Presidenta deste País, que vai levar o seu olhar cuidadoso de mulher para a gestão pública, como tem feito nossa companheira Dilma Rousseff ao longo da sua trajetória. Com um novo estilo de governo, é bem verdade, o que causou estranheza, inclusive da imprensa - eu falava na rádio, hoje pela manhã, sobre isso, Ver. Pedro Ruas -, pela simplicidade e a forma como a companheira Dilma se manifesta, em especial, publicamente. Não é de grandes discursos, não é de grande alarido, mas, com certeza, é uma gestora pública de muita competência, comprovadamente, a partir, inclusive, da Direção desta Casa: Dilma Rousseff foi Diretora-Geral da Câmara Municipal de Porto Alegre na presidência do Ver. Valdir Fraga, e iniciou, praticamente, sua trajetória de trabalho como gestora aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre. Por isso, nos sentimos muito orgulhosos pela trajetória da companheira Dilma Rousseff.

Eu estou particularmente feliz no dia de hoje, porque venho também de uma das posses mais importantes, eu diria, do Governo Tarso Genro, que é a da presidência da Fundação de Atendimento Sócio-Educativa, a nossa FASE, que temos, ao longo dos anos, acompanhado sua trajetória de muitos problemas, porque ali deveria ser um lugar de oportunidades para os nossos jovens - por isso eu saudava o Ver. DJ Cassiá, porque eu sei do seu trabalho na periferia, com a juventude -, um espaço de resgate de vidas desses jovens adolescentes infratores. Nós temos percebido, ao longo da história da FASE, que essa mazela tem se reproduzido, inclusive dentro do próprio ambiente da Fundação: a mazela da violência, a mazela da reiteração da violação de direitos, especialmente da juventude. Portanto, estamos inaugurando um novo tempo, não só porque assume uma nova Presidenta também, a Drª Joelza, uma mulher que tem 20 anos na área da Infância, que trabalha efetivamente num centro de referência para crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual na cidade de Porto Alegre, atendendo a toda a Região Metropolitana. E com seu olhar dedicado de trabalho, de inclusão social, estará levando também essa defesa de direitos, esse zelo pelos direitos tão referendado pelos Conselhos Tutelares para a Fundação de Proteção, para os nossos adolescentes que cometeram algum ato infracional. Eu fiquei muito feliz também de verificar que, embora tenhamos muitas críticas ao Governo Estadual que sai - e tivemos -, nós também percebemos que ali iniciou uma pequena contribuição do ponto de vista da reestruturação do trabalho, da infraestrutura da FASE e do atendimento, especialmente aos adolescentes, com oficinas de trabalho nas quais eles podem produzir, não só na padaria, mas também no artesanato, na marcenaria, em diversas áreas que são, no meu ponto de vista, a saída para os jovens na questão do trabalho. Mais importante do que isso, eu gostaria de dizer que o recurso que se gasta para um adolescente infrator é muito alto, portanto o investimento é muito alto, e nós queremos que esse investimento produza resultados e possa resgatar vidas importantes para a nossa sociedade, como são as dos nossos jovens que estão em conflito ou estiveram em conflito com a lei. E gostaria de dizer também que é necessário que se faça esse investimento cada vez mais na prevenção, especialmente na educação e na cultura, para que possamos trabalhar no resgate e na oportunidade, salientando a importância desse trabalho sócio-educativo com adolescentes em conflito com a lei. Mas há a necessidade de um aporte maior, de um investimento maior na educação, que eu sei que é sua bandeira de luta também, e na cultura, Ver. DJ Cassiá, porque ali, efetivamente, nós vamos estar trabalhando e resgatando vidas, juventude, que é o que nós precisamos para a defesa dos direitos e para avançar na busca da cidadania. Muito obrigada pela sua tolerância.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Quero cumprimentar o Presidente em exercício desta Casa, Ver. DJ Cassiá, e aproveito para lhe pedir desculpas por ontem não ter comparecido à sua posse, pois eu estava fora de Porto Alegre, mas quero dizer que é uma alegria vê-lo à frente desta Casa, junto à Mesa, fazendo com que a gente possa discutir assuntos que V. Exª bem conhece, assuntos direcionados à periferia, ou seja, daqueles que mais precisam da nossa proteção. Eu também quero cumprimentar os colegas Vereadores e Vereadoras aqui presentes, bem como os servidores desta Casa.

É o meu primeiro pronunciamento neste ano de 2011, é uma alegria poder estar aqui na planície, como diz o Ver. Adeli, compartilhando este momento com os colegas. Eu quero dizer que somos colaboradores para que a próxima Mesa possa dar andamento aos projetos que nós não conseguimos realizar no ano de 2010 e também aos projetos essenciais desta Casa para o ano de 2011, que sabemos que são muitos e também muito importantes.

Ver. Adeli, fiquei atento à sua fala e acredito realmente que deva haver um estudo, talvez até nesta Casa, através da criação de uma Comissão, solicitando uma parceria com o Executivo, para buscarmos uma alteração na legislação em relação às nossas calçadas quebradas, aos nossos problemas constantes de Porto Alegre, principalmente aqueles em que os lixos são jogados em terrenos baldios. A legislação de hoje prevê que o contribuinte, o proprietário, providencie a regularização da sua calçada, mas as multas para quem não o fizer são ínfimas e, ao serem pagas, há protelação, há um pedido de suspensão por um determinado tempo, para que se possa realizar aquele serviço, e, ao longo dos anos, nada acontece.

Eu entendo que é dever do Executivo o cuidado com as nossas calçadas em Porto Alegre, como é dever do Executivo uma ampla fiscalização, não permitindo que haja acúmulo de lixo em terrenos de propriedade particular, o que acontece muito em Porto Alegre, principalmente na Zona Sul, enfim, em toda a Cidade. E nós sabemos que as multas são de cinquenta, sessenta reais. E ficam os especuladores naquelas condições, aguardando um preço melhor do seu terreno, sem utilização, sem um fim específico, e ali sendo depositado lixo.

Então, seria muito importante, justamente neste ano de 2011, que se criasse nesta Casa uma Comissão, em parceria com a Procuradoria-Geral do Município ou em parceria com a Secretaria de Gestão do Município, para buscarmos uma alteração na legislação; uma alteração para o Executivo fazer a fiscalização, promover a regularização das calçadas. E, se necessário for, já que este valor, que é uma contribuição de melhoria... Assim entendo, ou também se poderia sobretaxar o IPTU, ou fazer uma cobrança normal, Ver. João Dib - V. Exª que tem mais experiência nisso -, mas acho que deveria ser dessa maneira o mecanismo para que pudéssemos fazer com que Porto Alegre tenha uma calçada regular como as demais capitais; uma calçada onde nós possamos permitir que os nossos cadeirantes, os nossos deficientes visuais possam transitar nesta Cidade sem risco para a sua integridade física, sem a necessidade de, a cada quadra, a cada esquina, o deficiente visual ter de ficar aguardando para que alguém o auxilie para atravessar a rua. O cadeirante, muitas vezes, não tem ninguém para auxiliá-lo e não há o rebaixamento da calçada para beneficiá-lo para que ele possa transitar livremente nesta Cidade.

Então, eu acho que promover a inclusão social não é apenas trabalharmos com as comunidades mais carentes, mas, sim, facilitarmos para que todas as pessoas possam transitar livremente nesta Cidade. Uma Cidade que se prepara para mostrar ao mundo todo que ela tem condições de aqui abrigar uma Copa do Mundo, de abrigar a Fórmula Indy, que está vindo para cá; de abrigar o Master, que acontecerá também, em 2012, em Porto Alegre, tem que ter tudo isso. Nós precisamos pensar mais na qualidade de vida e na proteção às pessoas, aos deficientes físicos e visuais. Este é o meu pronunciamento, e gostaria muito que a Câmara criasse uma Comissão para tratar com o Executivo sobre isso. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, volto à tribuna para registrar, e o Jornal do Comércio faz isso na data de hoje, que está sendo gestada em Brasília a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, ou Secretaria da Micro e Pequena Empresa com status de Ministério. Aqui, no Rio Grande do Sul, está sendo empossado o Secretário nosso estimado amigo, parceiro e Vereador Maurício Dziedricki. Ontem, eu estive numa audiência, meu caro ex-Presidente Ver. Nelcir Tessaro, com o Secretário Maurício. A microempresa representa, corresponde, meu caro Presidente, a 99% das empresas brasileiras. A microempresa, meu caro Presidente, Ver. DJ Cassiá, produz, Ver. Pedro Ruas, 20% do PIB brasileiro. As micro e pequenas empresas, meu caro Presidente, geram mais empregos do que as médias e grandes empresas. Eu já mandei correspondência para o ex-Presidente Lula, já conversei com autoridades em Brasília, já telefonei para o Gabinete do Deputado Beto Albuquerque, já andei por aí, já falei e vou continuar falando. O Presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, está aqui e falou que é preciso que as micro empresas tenham maior facilidade de crédito. Para a grande empresa se empresta bilhões de reais para pagar em não se sabe em quanto tempo. Necessita-se de crédito! E mais: crédito para capital de giro. Essa é a minha tese. O Governo brasileiro, não por maldade, mas as instituições brasileiras entopem o pequeno, o médio e microempresário com empréstimos para investimentos. Conseguem-se empréstimos para investimentos de qualquer valor, com taxas pequeníssimas. Agora, para capital de giro, o crédito é dez, doze vezes maior do que as benesses que são dadas para a grande empresa. É dezesseis vezes maior do que aquilo que se dá para a agricultura no País.

Outra questão por que tenho peregrinado por este Estado, pelas autoridades: é preciso prever na Lei, meus caros Vereadores que estão conosco e atentos, o parcelamento dos débitos tributários dos pequenos. A Lei, não se sabe bem por que, Ver. Toni Proença, não permite parcelamento de débito tributário do Imposto Simples. E agora a Receita Federal está mandando umas cartinhas por aí, dizendo que quem tem débito de Imposto Simples Nacional vai ser baixado da modalidade do Simples Nacional. Ora, se isso acontecer, vai ser o fim! Empresas que pagam 6% vão pagar 18%, 20%, 25%... Está errada essa Lei!

Por que o Governo Federal emprestou, para pagar em 240 meses, para clube de futebol pagar débitos milionários, históricos, de décadas de INSS e contribuição para a Previdência? E o pequeno empresário não pode pagar, em 30, 40, 60 meses, débitos de dois, três, quatro mil reais? Isso está errado, e nós precisamos nos insurgir contra isso! Repito: já apresentei uma proposta, enviada pela Câmara, ao Lula, enquanto ainda Presidente. Precisamos lutar para o bem da economia nacional. Um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, volto a esta tribuna, em Tempo de Liderança do PPS, o meu Partido, para tratar de um tema que foi objeto do discurso de posse da Verª Sofia, e também foi objeto da fala da Verª Sofia na nossa primeira reunião de Mesa ontem: a implementação das leis aprovadas por esta Casa, que, muitas vezes, ficam “no limbo” por anos e anos sem serem implementadas. A Verª Sofia propõe que o Legislativo e o Executivo façam um esforço para implementar todas essas leis.

Nós, às vezes, produzimos leis que, com um pouco esforço da Prefeitura e da sociedade, resolveriam grandes problemas, como disse o Ver. Airto Ferronato há pouco. Muitas vezes, essas leis são votadas, aprovadas; antes disso são debatidas com as autoridades, são debatidas com a sociedade, são debatidas com as entidades; depois, vêm a Plenário, os Vereadores debatem, apresentam emendas, aprimoram as leis, elas são aprovadas, sancionadas pelo Prefeito, e nunca são postas em prática. Nós temos um conjunto grande de leis assim, Ver DJ, e nós temos que dar consequência a essas leis. Lembro que V. Exª aprovou, no ano passado, a Lei que cria a Semana do Bairro Bom Jesus - onde eu moro -, já passamos o primeiro ano, e a Semana do Bairro Bom Jesus não aconteceu. Lembro, quando eu estava na Prefeitura, a dificuldade que era realizar uma outra Lei: a da Semana da Restinga. Essa era uma luta de dois, três, quatro, cinco meses para que o Governo aportasse os recursos necessários para executar a Semana da Restinga, a Semana da Cruzeiro, a semana do aniversário do Partenon, e, agora, a Semana do Bairro Bom Jesus.

Essas pequenas leis, que são, a partir do olhar de alguns, de nenhuma importância, para muitos são de extrema importância, principalmente para os bairros da periferia.

Nós aprovamos aqui uma Lei, no ano passado, que durante muito tempo foi objeto de luta da juventude do Ensino Médio, do Ensino em Porto Alegre, uma luta da UMESPA, da UGES, que era o fracionamento da passagem escolar; a possibilidade de um estudante ou de uma família de renda limitada poder comprar o passe escolar fracionadamente, porque, a partir do Cartão Tri só se podia comprar com carga máxima, ou com carga mínima de 50 créditos. E, às vezes, uma família de três, quatro filhos, não conseguia fazer a mágica que fazia, com um pacote de fichinhas, aquele anterior. Pois durante anos - 3 ou 4 anos - lutou-se em Porto Alegre para aprovar essa Lei. Eu fui procurado pelos estudantes da UMESPA e firmei com eles o compromisso de realizar essa luta. Realizei essa luta, discuti com o Conselho Municipal de Transporte Urbano, discuti com a EPTC, discuti com a ATP, discuti com V. Exas, meus Pares; aprovamos a Lei, e o Prefeito a sancionou. Muito bem, agora, a partir de fevereiro, os estudantes começam a se movimentar para comprar seus créditos para o início do ano letivo. Pois, de novo, recebo a informação de que talvez não seja possível implantá-la, colocá-la em prática, antes de 90 dias. Ora, se nós sabemos que o período letivo vai começar agora em fim de fevereiro, início de março, e o Governo teve 60 dias... Para transformar, é só a modificação de um software, coisa que hoje se faz em menos de uma semana. Portanto, este é apenas um exemplo das muitas leis que não são postas em prática, embora negociadas, discutidas e aprovadas nesta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero aproveitar este Tempo de Liderança, de oposição, para continuar fazendo as cobranças daquilo que a nossa Cidade precisa para melhorar.

Acabo de receber um e-mail do síndico do Jardim Medianeira, que vocês sabem que é um espaço aberto, em que tem um condomínio aberto e uma praça maravilhosa. Só que essa praça está imunda, está largada aos ratos, aos cavalos soltos, ao lixo, a tudo! Tirei cópia e mandei à Prefeita em exercício, Sofia Cavedon, para tomar as devidas providências, porque eu me recuso a mandar mais pedidos para o Secretário Professor Garcia, porque eu acho que é uma falta de respeito e consideração que essa Secretaria tem com cada uma e cada um de nós. Tem um sujeito lá chamado - sempre esqueço o seu nome, porque eu não consigo... - Furtado; é um cidadão desrespeitoso - desrespeitoso! -, deselegante, que jamais deveria ter um cargo no serviço público. Jamais! Que ele volte para Brasília, que fique por lá, porque nós, gaúchos, não precisamos - e aqui não tenho xenofobia, porque eu sou catarinense - de gente assim na Administração Pública de Porto Alegre! Porto Alegre não merece esse Furtado; não merece a gestão da SMAM!

As praças estão abandonadas; todas as praças estão abandonadas, Ver. João Dib! É uma vergonha, é uma calamidade!

Nós estamos pagando empresas terceirizadas, que estão ganhando o dinheiro que eu paguei adiantado do IPTU - V. Exas provavelmente também fizeram o mesmo - para receber o devido desconto. É uma vergonha o abandono das praças de Porto Alegre, cidade que quer ser a Capital da Copa do Mundo. Capital da Copa do Mundo com as praças desse jeito?!

Há pouco fiz uma reunião com a Associação dos Permissionários de Táxis de Porto Alegre. Nós precisamos ter, através da Secretaria Municipal do Turismo - e eu vou falar com o Luiz Fernando, que é um homem elegante, um homem que atende às pessoas - estou falando do mesmo Governo -, e vou sugerir que se faça um curso de segunda língua - Espanhol, Inglês - para termos os conceitos mínimos para que a pessoa possa ser bem atendida quando chegar na cidade de Porto Alegre.

Porto Alegre vai mudar! Porto Alegre tem que mudar! Porto Alegre tem que ousar! Em Porto Alegre, a modernidade foi suspensa, como digo no meu livro “Porto Alegre a modernidade suspensa”, porque há um conservadorismo atroz. O Ver. João Dib gosta de lembrar do Loureiro da Silva, e eu também - somos de Partidos diferentes, mas temos uma concepção de cidade moderna, avançada, metropolitana, em dia com a modernidade.

Porto Alegre regride, porque o seu patrimônio está detonado, o patrimônio está esculhambado; e não há resistência, não há governança, não há ação; falta ação. E nós estamos cobrando ações concretas da municipalidade. Aqui não tem invencionice, aqui não tem grenalização política: aqui tem, sim, cobrança em cima de fotos, de fatos, de ações, porque, além deste espaço da tribuna... E é por isso que nós temos que discutir com a cidade de Porto Alegre, com os seus munícipes. Vereador que trabalha, Vereador que age não pode se calar - e não peçam que eu me cale.

Vou tratar de um outro tema, agora nacional: a situação da telefonia móvel, no Rio Grande do Sul, no País, como também das empresas que tratam da TV paga. Estamos vendo escândalo após escândalo. Um quarto do dinheiro que se gasta com o Ministério Público, com a Justiça e com os procons, é para sustentar as empresas de telefonia. Não podemos regredir para um passado onde não havia telefonia, não havia comunicação. Mas estou preparando um abaixo-assinado que será entregue ao Ministro Paulo Bernardo, em Brasília, com milhares de assinaturas, reclamando dos péssimos serviços prestados pelas empresas de telefonia - e não há uma que se salve! A nossa aqui...

Vereador, V. Exª não teve tempo suficiente para fazer todos os encaminhamentos, mas temos aqui a nova Mesa, está aqui o DJ Cassiá. V. Exª na presidência, nestes dias, não pode esperar, tem que tomar uma iniciativa com os nossos serviços de telefonia aqui, porque a telefonia da Claro, que ganhou uma licitação, burlou...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli Sell continua com a palavra para uma Comunicação de Líder, por cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.

 

O SR. ADELI SELL: Vou continuar falando sobre a questão da telefonia móvel.

A nova Mesa Diretora está com Toni Proença, Sofia Cavedon, DJ Cassiá, Adeli Sell, Mario Manfro e Ver. Canal. Temos uma obrigação com os outros Vereadores desta Casa, com a municipalidade que nos paga uma quota de telefone, porque não conseguimos falar com a municipalidade.

Eu quero ver a Anatel... Eu quero que V. Exª, se possível - e faço isto como Requerimento à Mesa Diretora, e depois formalizarei -, peça, como Presidente desta Casa, uma reunião com o Dr. Bettoni, da Anatel, com urgência, para que se trate desse descalabro que é a telefonia móvel na cidade de Porto Alegre!

Nós, os Vereadores, que temos que atender o povo, as suas demandas, não conseguimos falar. Eles nos empurram um famoso 3G, que nem no Centro de Porto Alegre, onde moro, funciona à noite.

Também em Porto Alegre, nos mais variados lugares, não funcionam as TVs a cabo.

Nós temos um novo Ministro das Comunicações, que não vai dar arrego, porque conheço o Paulo Bernardo. Mas nós temos que fazer a nossa parte, DJ Cassiá; temos que pautar este tema, fazendo uma reunião com a Anatel, e tenho certeza de que V. Exª vai receber o meu ofício, daqui a pouco, e vai despachar imediatamente, solicitando uma reunião, uma audiência com o Diretor da Anatel, aqui no Rio Grande do Sul.

Volto às questões da municipalidade. Volto à questão das calçadas. Nós não podemos mais suportar a situação das calçadas.

Eu fiquei sabendo, contaram-me, Ver. Tessaro, que V. Exª poderá estar na SMOV em fevereiro. Eu tenho certeza de que V. Exª, que caminha pela Cidade, que conhece a Cidade como nós, que nos ouve e é atento, em indo para a SMOV, a primeira coisa que fará na sua gestão é cuidar das calçadas, que é da competência da SMOV.

Nós temos que mudar o Código de Posturas, o Código de Edificações e o Código de Limpeza Urbana da cidade Porto Alegre. O Ver. João Dib discutia há pouco comigo, estou com o Código Municipal de Limpeza Urbana, que é outro tema que vou tratar. As multas são pífias. Os procedimentos administrativos não têm sentido, não têm valor, por isso temos que ousar.

Vou fazer um projeto modificativo, uma lei que modifique esses Códigos e que tenha ousadia. Vou tratar de ter profissionais do Direito do meu lado, operadores do Direito, que me orientem para que eu possa fazer uma modificação no Código de Limpeza, no Código de Posturas e no Código de Edificações, para que, quando houver uma multa, ela possa ser cobrada e para que o cidadão fique enrascado se ele não fizer a coisa certa.

Mas como vamos pedir para o cidadão separar o lixo em casa, se o caminhão do lixo não passa, ou se o gari estiver correndo malucamente atrás do caminhão? Isso é outra coisa infernal. Por isso, quero ver o que nos foi prometido, que são os contêineres para o lixo no Centro Histórico de Porto Alegre e em alguns bairros.

Eu vi, junto com o Ver. Ferronato, junto com o Vereador e Secretário Valter Nagelstein, o que acontece, por exemplo, na cidade de Rosário, na Argentina, mas não precisa ir tão longe. Estavam lá o Ver. Luiz Braz e outros Veredores comigo - não lembro de todos que estiveram lá - em Caxias do Sul. Aqui, ao nosso lado, usam contêineres para o lixo, o que funciona; é o caso de Caxias do Sul. Venâncio Aires, que é uma cidade pequena, está introduzindo o uso de contêineres para o lixo. Em Pelotas e Rio Grande, não é uma maravilha, mas há contêineres para o lixo; portanto, é possível, é necessário. Uma Cidade que quer ser a sede da Copa do Mundo tem seguir o exemplo. Não vou dizer copiar, mas tem que se inspirar no que foi a preparação dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, que fez de Barcelona uma das cidades mais lindas, mais aclamadas, mas ousadas, mais maravilhosas do mundo. Nós temos que ter essa inspiração. Não precisa nem viajar; hoje, podemos navegar pela Internet e saber absolutamente tudo o que estou colocando aqui. Até a Ilha de Fidel, até Havana está mudando; começa a se modernizar, começa a mudar, porque sabe que só sobreviverá com um turismo e com a abertura do comércio internacional. Não há mais país fechado, não há mais cidade fechada, o atraso tem que ter um fim. Eu luto e eu trabalho pela modernidade. Modernidade já, viva Porto Alegre! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Adeli Sell, acolhemos o seu pedido de encaminhamento, só peço que o senhor o faça por escrito. Logo tomaremos as providências, chamando aqui o Diretor da Anatel, para uma reunião com a Mesa.

O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, novamente ocupo esta tribuna, agora em Tempo de Liderança do meu Partido, o PTB. Ouvi atentamente a fala do Ver. Airto Ferronato, e também quero saudar o Ver. Maurício Dziedricki, que tomou posse na função de Secretário da Economia Solidária para Microempresas do nosso Estado do Rio Grande do Sul; quero dizer da grande importância dessa Secretaria. Agora está sendo criada, também, uma Secretaria ou Ministério em Brasília, que dará aporte com verbas do FAT e também do BNDES, enfim, com verbas que possam fazer com que as micro e pequenas empresas tenham sustentabilidade, e fará com que elas possam gerar mais empregos.

Foi feliz o Ver. Airto Ferronato, quando disse que são as pequenas empresas que geram emprego. Eu sempre digo que o empreendedorismo gera empregos, porque ele alavanca alguém a montar a sua empresa e trazer mais um funcionário; são gerados dois empregos a cada microempresa, no mínimo. Mas a minha grande preocupação, justamente, é o futuro das pequenas e médias empresas que pretendem aderir ao Simples. Até o dia 31 de dezembro, elas tinham os formulários, os encaminhamentos para fazerem a sua adesão. Mas tramita no Congresso Nacional uma alteração na legislação do Simples Nacional. Este Simples Nacional, onde a variável é de 2 milhões e 400 mil reais até 3 milhões e 600 mil reais de faturamento anual é muito injusto, quando nós tratarmos de pequena empresa de serviços. Nós sabemos, muito bem, que uma empresa de comércio não tem o mesmo lucro que uma empresa de serviços devido aos tributos estaduais que também tem de atender.

Então, nós temos que diferenciar; e em parceria com o Conselho de Contabilidade, com o Conselho de Administração, com os Vereadores desta Casa, com os Deputados Federais, que possamos alterar a Lei. Eu estive analisando essa alteração na Lei, no mês de dezembro, com o Conselho de Contabilidade, e verificamos injustiças com as empresas comerciais e muito favorecimento para as empresas prestadoras de serviço. Uma empresa prestadora de serviço, no ramo de eventos ou no ramo de turismo, tem grandes vantagens, porque sabemos que o preço é de acordo com o serviço realizado. Uma empresa que trabalha com comércio de alimentos ou de confecções, que trabalha com a concorrência no seu preço, fica em desvantagem. Então, nós temos que oscilar o faturamento de 2 milhões e 400 mil reais a 3 milhões e 600 mil reais, mas observando a atividade de cada empresa, e também ampliando o leque de empresas que possam aderir ao Simples. Temos que fazer justiça neste País e fazer com que mais empregados se tornem empreendedores, montem suas empresas, saiam da informalidade, abram caminhos para novos empregos, e produzam renda para o seu sustento e de suas famílias.

Eu acredito, retomando o que comentei em Comunicações, que temos que mudar o Código de Posturas, urgentemente. Por isso, é muito importante uma Comissão desta Câmara de Vereadores, juntamente com o Executivo, para agilizarmos essa mudança no sentido de que sejam aplicadas multas que façam o cidadão pensar duas vezes antes de cometer uma infração como depositar lixo em terrenos baldios. Que ele cuide de terrenos desocupados; realize os devidos reparos nas calçadas. Eu sempre digo: a pena maior é aquela faz com que o cidadão sinta no bolso a sua dor. É essa a minha opinião. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, fácil mesmo é criticar; na realidade, nós temos legislação para tudo quanto é coisa que precisa ser feita; não é de agora. Já em 1830, o Governador do Rio Grande do Sul dizia que chegava de leis, as que aí estavam eram necessárias e suficientes, bastavam ser cumpridas. Ainda acrescentava que a lei deve ser fruto da razão, da experiência e da luz. Nós criticamos muito. O Ver. Adeli Sell gosta de criticar a SMAM, o DMLU. Ele tem razão em algumas coisas, pois também não gosto de ver o lixo mal colocado nas nossas ruas, e também não gosto de ver nossas praças malcuidadas. Eu tenho a convicção de que o Secretário do Meio Ambiente não estraga nenhuma praça; ao contrário, ele recuperou muitas delas. Eu fui Prefeito de Porto Alegre, e, a cada 11 dias dos 999 dias, eu fiz a urbanização de uma praça. Não foi a Prefeitura sozinha, mas a Prefeitura e a coletividade. Noventa locais abandonados passaram a ser bonitas praças, e foram mantidas pela coletividade, que também tem que participar.

Quanto ao Departamento de Limpeza Urbana, como passo na Rua Germano Petersen Júnior todos os dias, ida e volta, num domingo estava escrito na imprensa que não deveria ser colocado o lixo na rua naquele domingo, mas, em toda extensão da rua, o lixo estava lá colocado. Então, não é o Diretor de Limpeza Urbana que vai resolver esse problema, nós precisamos conscientizar a população que também tem responsabilidade sobre a Cidade.

O nosso problema não é fazer leis. Parcelamento de dívidas tributárias tem aos montes, a Prefeitura tem, o Estado tem, a União tem, o INSS tem. O problema é que precisamos fazer a Reforma Tributária, nós pagamos impostos em excesso! Pagamos 40%! Trabalhamos cinco meses para pagar imposto! O que precisamos fazer mesmo é a Reforma Tributária! O resto é legislação que já existe ou está em tramitação.

Por exemplo, temos nesta Casa o Plano Diretor de Acessibilidade, de que ainda não fizemos nada. Em 1951, a Lei nº 383, dizia que era obrigação da Prefeitura colocar as placas identificadoras de logradouros em todas as esquinas; e mais: dizia como era feito, se tinha prédio, ou se não tinha prédio. E a Lei continua em vigor.

O Código de Posturas, de 1974, que tive a honra de redigir, repete que cabe à Prefeitura Municipal fazer isso, e não está fazendo. Aí eu culpo a Prefeitura Municipal.

O Ver. Luiz Braz já fez Lei permitindo que as placas sejam colocadas com publicidade. Mas continuam não colocando as placas. Então, é preciso fazer cumprir a legislação.

Agora, era necessário que houvesse muito menos legislação; lei demais significa que nós não vamos fazer nada. Temos muitas leis. O que precisamos fazer é fiscalizar o cumprimento das leis!

Nós temos Lei sobre as calçadas, padronizando-as; temos tudo. Basta que façam!

Temos Lei determinando que haja acessibilidade para cadeirantes em cada esquina, em todas as esquinas; nem todas as esquinas têm, mas muitas têm.

Então, nós precisamos fiscalizar, fiscalizar e fiscalizar. Essa é a grande missão do legislador: fiscalizar. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Nada mais havendo a tratar, encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h22min.)

 

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